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Fraternidade Agostiniana Leiga

Sacramento: “ Sinal visível da graça invisível”

A Sacramentalidade de Cristo e da Igreja

Jesus Cristo, Sacramento de Deus.


“ Jesus de Nazaré destaca entre todos os sinais de Deus que há no mundo: “ Aquele que me viu, viu ao pai” (Jo 14,9). Fala-se em Cristo como “sacramento original” a partir de um duplo ponto de vista. Do ponto de vista de Deus, porque sua humanidade é a única realidade criada que pode expressar totalmente quem é Deus e representar a comunhão plena de Deus com o homem e, do ponto de vista humano, porque sua pessoa é o único acesso da humanidade à salvação que Deus oferece: Pois há um só Deus e também um só mediador entre Deus e os homens, um homem Cristos Jesus” (1 Tm 2,5).”


“não há outro sacramento de Deus (“mysterium Dei”),

a não ser Cristo” (Carta 187,34 – Agostinho)

Jesus, sinal de Deus, permitiu a conexão do homem com Deus, mas, com o advento da páscoa e sua ascensão, “ o próprio Cristo, deixou de ser acessível a nossa experiência sensível. Agora é a Igreja que dá corpo ao Ressuscitado , seu “Corpo Místico”, ou seja seu corpo sacramental.” (1)


Na doutrina do Cristo Total, Agostinho ensina que dado ser Cristo único mediador e redentor dos homens, Cristo é cabeça da Igreja, Cristo e a igreja são uma pessoa mística, O Cristo Total.


No mesmo sentido, o Papa Pio XII, na sua encíclica "Mystici Corporis Christi" (1943), reafirmou que a Igreja de Cristo, é um Corpo místico encabeçado por Cristo. O Papa explicita que a Igreja é chamada de Corpo, porque é uma entidade viva, formada por fiéis vivos, que são os seus membros; a Igreja é chamada de Corpo de Cristo, porque Cristo é a sua Cabeça e o seu Fundador.(2)


Com toda a tradição patrística e a partir do “Cristo Total”, especialmente em seus Sermões, Santo Agostinho sublinha que a Igreja é Sacramento de Cristo: “ Não vimos Cristo mas sim a ela; cremos no que ela diz a respeito dele. Os apóstolos ao contrário, o viam e criam no tocante a ela. Eles viam Cristo e criam na Igreja que não viam. Nós que vemos a Igreja, cremos também em Cristo que não vemos” (Sermão 238,3). (3)


A Igreja sacramento de Cristo


“ A primeira noção teológica que o concílio do Vaticano II aplicou a Igreja, é precisamente a visão do sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo gênero humano” (LG, n.1). Portanto, a Igreja é o primeiro sacramento, “ o sacramento universal da salvação” (LG, n.9c; n.48b; Ad Gentes n. 1 a; Gaudiumet Spes n. 45 a). (1)


Por fim, declina-se aqui, algo oriundo da eclesiologia agostiniana sobre a Igreja Mãe e Mestra:


A igreja é mãe que gera os Cristãos: Dois geraram-nos para a morte, dois geraram-nos para a vida. Os pais que nos geraram para a morte foram Adão e Eva, os pais que nos geraram para vida são Cristo e a Igreja. A Igreja é a mãe que sofre por aqueles que se afastam da justiça, sobretudo por aqueles que despedaçam sua unidade, é a pomba que geme e chama, a fim de que todos voltem ou se recolham debaixo de suas asas, é a manifestação da paternidade universal de Deus mediante a caridade, a qual “para uns é carinhosa, para outros severa; de ninguém é inimiga, para todos é mãe.(4)



Leia mais sobre os sinais Visíveis da Graça Ivisível clicando aqui


Entendendo Palavra


Concílio Vaticano II: O Concílio Ecumênico Vaticano II foi o mais representativo dos 21 concílios da história da Igreja, com a participação de mais de dois mil bispos (Padres Conciliares), vindos de todo o mundo, e do qual resultaram 16 documentos. O Concílio, realizado entre 1962 e 1965, foi aberto pelo Papa João XXIII e concluído por Paulo VI e tinha como objetivo discutir a ação da Igreja nos tempos atuais, "promover o incremento da fé católica e uma saudável renovação dos costumes do povo cristão, e adaptar a disciplina eclesiástica às condições do nosso tempo" e do mundo moderno.


Referência Bibliográfica:


1 - Caderno de Espiritualidade Agostiniana nº 40, pág. 8

2 - Encíclica Mystici Corporis Christi

3 - Caderno de Espiritualidade Agostiniana nº 40, pág. 9

4 - João Paulo II Carta Apostólica no XVI centenário da conversão de Santo agostinho. Ed. Loyola, pág. 24.

Estudo 2 do Caderno de Espiritualidade Agostiniana – Rámon Sala, OSA, nº 40 - Federação Agostiniana Brasileira (FABRA) - Sacramentos, parte I e II - por Fraternidade Agostiniana Leiga - Núcleo Nossa Senhora das Graças.

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